sexta-feira, 15 de junho de 2012

DROGAS: VIVA FELIZ, SEM ELAS!



    O uso abusivo de drogas não deve mais ser considerado um fenômeno marginal, isolado ou restrito a grupos específicos da sociedade. Estatísticas de fontes especializadas, como a Organização Mundial de Saúde, por exemplo, indicam crescimento do consumo de substâncias psicoativas nos centros urbanos de todo o mundo, atingindo cerca de 10% das populações, independentemente de idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo.
     Segundo Hugo Fontes, Cofundador do Projeto Pedra Viva, em Abadia de Goiás, que atua na prevenção, tratamento e reintegração de dependentes químicos, vindos de todos os estados do Brasil, a grande disponibilidade de substâncias psicoativas, associada à degeneração dos verdadeiros valores da vida, “éticos e morais”, juntamente com a desagregação da família, têm contribuído para o cenário atual, que envolve o uso, abuso e a dependência de substâncias, assim como o aumento no número de dependentes químicos.
     Crianças e jovens são a faixa etária que apresenta, atualmente, maior vulnerabilidade. “Nesse período do desenvolvimento humano, as estruturas física, psíquica, emocional e espiritual do jovem ainda se encontram em desenvolvimento, ou seja, não estão totalmente formadas. Assim, o uso e o abuso de substâncias tornam-se muito mais lesivos. A puberdade e a adolescência são um período caracterizado pela necessidade de identificação com o grupo. Se ela ocorrer com grupos problemáticos, com predominância de comportamentos agressivos, anti-sociais ou uso de drogas, provavelmente colocará o jovem em situações de maior risco”, alerta.
     Mas a dependência é, como Hugo Fontes define, uma “síndrome democrática”: atinge homens e mulheres em todas as faixas etárias, raças, credos e condições socioeconômicas. “Historicamente, a maior demanda para uso, abuso ou dependência de substâncias, assim como a necessidade de prevenir e tratar, tem sido do gênero masculino. Porém, o grande aumento da incidência desse transtorno entre mulheres, crianças e outros grupos sociais tem impulsionado pesquisas e estudos na tentativa de compreender, prevenir e equacionar esse grave problema, ampliando e desenvolvendo recursos mais eficazes para prevenção, tratamento e reintegração social entre usuários, abusadores e dependentes de substâncias psicoativas”, comenta.
    Para aqueles que acham que consumir alguma substância uma vez ou outra não vai fazer diferença, Hugo avisa que todas as drogas resultam em algum tipo de prejuízo ao cérebro e, por conseqüência, ao organismo. “Da nicotina do cigarro, aceita socialmente, ao temível crack, qualquer substância psicoativa repercute negativamente na saúde do consumidor, e o usuário de qualquer uma delas poderá desenvolver a doença, se tiver predisposição”.
Prevenção é o melhor caminho!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Um amigo meu abriu a gaveta da cômoda da sua esposa e pegou num pequeno pacote embrulhado com papel de seda:

"Isto - disse - não é um simples pacote."
Tirou o papel que o envolvia e observou a bonita seda e a caixa.

"Ela comprou isto na primeira vez que fomos a Nova York, há uns 8 ou 9 anos. Nunca o usou. Estava a guardar para uma ocasião especial.
Bem, creio que esta é a ocasião. Aproximou-se da cama e colocou a prenda junto com as outras roupas que ia levar para a funerária, a esposa tinha acabado de morrer. Virando-se para mim, disse:

"Não guardes nada para uma ocasião especial.Cada dia que se vive é uma ocasião especial".
Ainda estou a pensar que estas palavras já mudaram a minha vida
Agora estou a ler mais e a limpar menos.
Sento-me no  terraço e admiro a vista sem me preocupar com as pragas.
Passo mais tempo com a minha família e menos tempo no trabalho.
Compreendi que a vida deve ser uma fonte de experiências a desfrutar, não para sobreviver. Já não guardo nada. Uso os copos de cristal todos os dias. Se me der vontade ponho uma roupa nova para ir ao supermercado.
Já não guardo meu melhor perfume para ocasiões especiais, uso-o quando tenho vontade. As frases "algum dia..." e "qualquer dia..." estão a desaparecer do meu vocabulário. Se vale a pena ver, escutar ou fazer, quero ver, escutar ou fazer agora. Não sei o que teria feito a esposa do meu amigo se soubesse que não estaria aqui na próxima manhã, coisa que todos nós ignoramos. Creio que teria chamado seus familiares e amigos mais próximos.
Talvez chamasse alguns amigos antigos para desculpar-se e fazer as pazes por possíveis desgostos do passado. Gosto de pensar que teria ido comer comida chinesa, sua favorita. São estas pequenas coisas deixadas por fazer que me fariam desgostoso se eu soubesse que minhas horas estão limitadas.
Desgostoso, porque deixaria de ver amigos com quem iria encontrar cartas... cartas que pensava escrever "qualquer dia destes".
Desgostoso e triste, porque não disse a meus irmãos e aos meus filhos, com suficiente freqüência, que os amo.
Agora, trato de não atrasar, adiar ou guardar nada que traria risos e alegria para nossas vidas.
E, a cada manhã, digo a mim mesmo que este pode ser um dia especial.
Cada dia, cada hora, cada minuto, é especial.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Drogas na Adolescência



    Não é um fenômeno único e isolado, o fato do grande aumento do uso de drogas entre os adolescentes, durante a década passada, no Brasil, Estados Unidos e em outros países. Acreditava-se que, na década de 60 os jovens passaram a consumir mais drogas com o advento da cultura e essa crença limitava-se somente aos jovens. Tal crença é uma ilusão e só pode obstruir as tentativas de se colocar o problema em perspectiva dequada.
    O emprego e abuso propagado de drogas não se restringem aos adolescentes e não começou com o advento da cultura jovem dos anos 60, como qualquer um que tinha 20 anos na década de 20 pode atestar.
    Conquanto possa haver diferenças significativas entre as gerações no que concerne aos seus padrões de uso de drogas, a sociedade mais ampla, da qual os adolescentes são uma parte, vem-se desenvolvendo como uma "cultura da droga" há muitos anos. Por exemplo, de um quarto a um terço de todas as prescrições médicas atualmente feitas no Brasil, Estados são para estimulantes ou comprimidos para regime (anfetaminas) ou tranqüilizantes. Entre 1964 e 1977, as receitas de Valium e Librium, os dois tranqüilizantes mais usados, aumentou de 40 para 73 milhões por ano, só nos Estados Unidos.
    Revistas, jornais, rádios, televisões bombardeiam as pessoas com mensagens insistentes de que o alívio para quase tudo - ansiedade, depressão, excitamento - depende "exatamente de engolir mais um comprimido". Nas palavras de um garoto de 13 anos: "Espera-se que nós não tomemos drogas, mas a TV está cheia de comerciais mostrando pessoas correndo para obter seus comprimidos porque alguma coisa as incomoda". Os adolescentes que adotaram essa maneira de ver como a vida deve ser conduzida podem apenas estar refletindo modelos sociais e paternos.
    Através de pesquisas têm se mostrado que, os jovens cujos pais fazem uso significativo de drogas como álcool, tranqüilizantes, fumo, sedativos e anfetaminas são mais inclinados que os outros adolescentes a usar maconha, álcool e outras drogas. Como me disse um garoto de 15 anos: "Em minha casa, não se pode espirrar sem tomar algum comprimido. Minha mãe está sempre tomando alguma coisa para dor de cabeça, e meu pai para ficar acordado a fim de trabalhar à noite. Eles não são alcoólatras, mas certamente bebem muito. Assim sendo, sou algum criminoso por fumar maconha?”.
    Embora muitos adolescentes estejam se tornando dependentes de drogas de alto risco, a maioria não está. Apesar das predições lúgubres do fim dos anos 60 de que estávamos na iminência de uma "epidemia" de uso de drogas entre adolescentes, nada disso realmente aconteceu. O uso da maconha, álcool e fumo está disseminado entre os jovens; mas o uso das drogas da "contracultura", como o LSD e outras substâncias, inalantes (cheirar cola), estimulantes (anfetaminas) e calmantes (barbitúricos) e produtos que ingressaram mais recentemente no campo das drogas da juventude, como heroína, cocaína, PCP ("pó de anjo"), quaaludes etc., não tem sido detectado senão em uma de cada cinco pessoas nos Brasil, (e o índice geralmente é menor em outros países ocidentais). Muitos dentre os antigos consumidores ocasionais abandonaram tais drogas sem as substituir por outras.
    Não podemos tapar o sol com peneira, não há lugar para complacência. Embora seja certo afirmar, por exemplo, que "apenas" de 3% a 5% dos estudantes de nível colegial no Brasil, já experimentou maconha, isso significa mais de um milhão de jovens. Além disso, o uso de drogas "tradicionais" (isto é, de adultos), sobretudo o álcool, tem aumentado nos últimos anos, mais notavelmente entre os adolescentes mais jovens.

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